Translate

sábado, 4 de junho de 2011

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
A medida que um bebê se transforma numa criança, uma criança em adolescente e um adolescente em adulto, ocorrem mudanças marcantes no que é desejado e em como estes desejos são satisfeitos. As modificações nas formas de gratificação são os elementos básicos na descrição de Freud das fases de desenvolvimento. Freud usa o termo fixação para escrever o que ocorre quando uma pessoa não progride normalmente de uma fase para outra, mas permanece muito envolvida numa fase particular. Uma pessoa fixada numa determinada fase preferirá satisfazer suas necessidades de forma mais simples ou infantil, ao invés dos modos mais adultos que resultariam de um desenvolvimento normal. Freud, em suas investigações na prática clínica sobre as causas e o funcionamento das neuroses, descobriu que a maioria de pensamentos e desejos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estava as experiências de caráter traumáticos, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas atuais, e confirmava-se, desta forma, que as ocorrências deste período da vida deixam marcas profundas na estruturação da pessoa. As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é postulada a existência da sexualidade infantil. Estas afirmações tiveram profundas repercussões na sociedade puritada da época, pela concepção vigente da infância como “inocente”. OS PRINCIPAIS ASPECTOS DESTAS DESCOBERTAS SÃO: A função sexual existe desde o principio da vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes. O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo ate chegar à sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção do prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contrariava as idéias predominantes de que o sexo estava associado, exclusivamente, à reprodução. A libido, nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos sexuais e só deles” No processo de desenvolvimento psicossexual, o individuo, nos primeiros tempos de vida, tem a função sexual ligada à sobrevivência, e, portanto, o prazer é encontrado no próprio corpo. O corpo é erotizado, isto é, as excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo, e há um desenvolvimento progressivo que levou Freud a postular as fases do desenvolvimento sexual em: FASE ORAL - Ao nascer, o bebê perde a relação semiótica que possuía com a mãe; - A criança inicia sua adaptação ao meio; - Respirar marca o ponto inicial da independência humana; - A luta inicial é pela manutenção do equilíbrio homeostático; - Ao nascer, a estrutura inicial mais desenvolvida é a boca; - É pela boca que o bebê começara a provar e conhecer o mundo; - A primeira e mais importante descoberta afetiva: o seio; - O seio é o depositário de seus primeiros amores e ódios; - Neste momento o bebe ama pela boca e a mãe ama pelo seio; - A libido esta organizada em torno da zona oral e o tipo de relação será a incorporação; - A criança incorpora o leite e o seio e sente ter a mãe dentro de si; -Resquícios nos comportamentos adultos: o canibalismo e a comunhão. FASE ANAL - No segundo ano de vida, a libido passa da organização oral para a anal; - No segundo e terceiro anos de vida, da-se a maturação do controle muscular da criança; - É o período em que se inicia o andar, o falar e em que se estabelece o controle dos esfíncteres; - Desenvolve-se o sentimento de que a criança tem coisas suas, coisas que ela produz e pode ofertar ou negar ao mundo; - A libido passa a organizar-se sobre a zona erógena anal; - A fantasia básica será ligada ao valor simbólico das fezes; - As relações serão estabelecidas em termos de projeção ou controle. O VALOR SIMBÓLICO DOS PRODUTOS ANAIS - Quando a criança sente-se livre e estimulada a produzir; - Caso as relações de angustia predominem sobre as relações de amor, os primeiros produtos infantis passam a ser armas destrutivas que agridem o mundo; FASE FÁLICA - Por volta dos três anos de idade, a libido passa a se organizar sobre os genitais; - Desenvolve-se o interesse infantil pelos genitais; - A masturbação torna-se freqüente e normal; - A preocupação com as diferenças sexuais contaminam ate a percepção dos objetos; - A discriminação entre os sexos se dá pela presença ou ausência do pênis; - A vagina é ainda desconhecida; - A erotização dos genitais traz a fantasia de meninos e meninas serem possuidores de um pênis; - A tarefa básica desde momento consiste em organizar os modelos de relação entre o homem e a mulher; - Forma-se na criança uma espécie de busca de prazer junto ao sexo oposto; - É aprendendo a mar em casa que a criança se tornara o adulto capaz de amar fora; - Se aprender a amar é uma relação positiva, o amor incestuoso é uma relação proibida; - O esquema repressor é desencadeado com a entrada do pai em cena; - O pai coloca-se como um interceptor entre o filho e a mãe; - O menino mescla sentimentos de amor e ódio pelo pai; - A criança configura o desejo de eliminar aquele que lhe impede o acesso a mãe Complexo de Édipo; O menino teme ser castrado pelo pai, como punição, e é obrigado a reprimir a atração sentida pela mãe e já na menina esta constatação determina o surgimento da “inveja do pênis” e o conseqüente ressentimento para mãe “ por que esta não lhe deu um pênis, o que será compensado com o desejo de ter um filho.” Com esta repressão fica encerrada a etapa fálica infantil, mas o modelo de busca de um amor heterossexual foi estabelecido. PERÍODO DE LATÊNCIA - Com a repressão do Édipo, a libido fica deslocada de seus objetivos sexuais; - A energia sexual reprimida não pode ser eliminada; - É canalizada para o desenvolvimento intelectual e social da criança através da sublimação; - É um período intermediário entre a genitalidade infantil e a adulta; - Não há nova organização de zona erógena. FASE GENITAL - Alcançar a fase genital constitui atingir o pleno desenvolvimento do adulto normal; - Aprendeu a amar, trabalhar e competir; - Discriminou seu papel sexual; - Desenvolveu-se intelectual e sociamente; - É capaz de amar num sentido genital amplo e de definir um vinculo heterossexual significativo e duradouro; - Sua capacidade orgástica é plena e ligada a capacidade de amar; - A procriação é finalidade da vida e os filhos fonte de prazer. No decorrer destas fases, vários processos e ocorrências sucedem-se. Desses eventos, destaca-se o complexo do Édipo, pois é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do individuo. Acontece entre 3 e 5 anos, durante a fase fálica. No complexo de Édipo, a mãe é objeto de desejo do menino, e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Ele procura então ser o pai para “ter” a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, “desiste” da mãe, isto é, a mãe é “trocada” pela riqueza do mundo social e cultural, e o garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas através da identificação com o pai. Este processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação. Freud fala em Édipo feminino. As opiniões de Freud a respeito do desenvolvimento da inveja do pênis em meninas foram longamente debatidas em círculos psicanalíticos, assim como em outros lugares. ( Incluímos uma discussão completa deste aspecto controvertido da teoria psicanalítica no Apêndice I. ) Freud concluiu, a partir de suas observações, que, durante esse período, homens e mulheres desenvolvem sérios temores sobre questões sexuais. O desejo de ter um pênis e a aparente descoberta de que lhe falta “algo” constituem um momento crítico no desenvolvimento feminino. Segundo Freud: “ A descoberta de que é castrada representa um marco decisivo no crescimento da menina. Daí partem três linhas de desenvolvimento possíveis: uma conduz à inibição sexual ou à neurose, outra à modificação do caráter no sentido de um complexo de masculinidade e a terceira, finalmente, à feminilidade normal”( 1933, livro 29, p. na ed. brás). No entanto, o mito de Édipo orientou a criação da vida social e política, cuja estrutura civilizacional é extensão do conflito edipiano.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O PSICOPEDAGOGOGO

A questão do Psicopedagogo Institucional é assumir um papel de grande importância na medida em que a partir se inicia o percurso para formação da identidade deste profissional na busca de um entendimento melhor na sua área de atuação. O olhar psicopedagógico tem que buscar as respostas para as perguntas: Por que este sujeito não aprende? ou por que ele não está conseguindo utilizar suas potencialidades em toda a plenitude? ou o que está impedindo de se desenvolver?. Não são respostas simples de serem encontradas, mas pode ser possível encontrá-las. Precisamos ver aquilo que não está visível, ver o que está dito na entrelinha, no silêncio, na intenção. Porém, a psicopedagogia é um modo de pensar e agir em relação ao outro que necessita deste profissional para ajudar nos seus problemas de dificuldades de aprendizagem. No entanto a psicopedagogia desenvolve-se e promove o ser humano em todas as suas divisões, em relação a si e ao outro, conseguindo assim, integrarem- se nos demais grupos socais.

O DESEJO DE CRESCER E O DESEJO DE APRENDER

O DESEJO DE CRESCER E O DESEJO DE APRENDER

Constatamos que muito do equilíbrio da saúde psicológica da criança acontece durante o primeiro ano de vida, funcionando como base, verdadeiro alicerce desta evolução afetiva. Portanto não é difícil começar desde cedo a estabelecer as primeiras linhas interativas destas fases de desenvolvimento com quadros patológicos como: psicóticos, depressão precoce e alguns equivalentes psicossomáticos.
Quando se estabelece, por déficit, a criança não conseguirá libertar-se das angustias paranóides, terá dificuldade em distinguir-se de modo claro na relação sujeito/objeto.
Contudo a inserção escolar necessita de uma base estrutural psíquica, mínima. Propiciando assim a eclosão de uma sintomatologia intensa. Diariamente crianças são encaminhadas pela a escola com atraso de linguagem.
Todavia a escola pode dinamizar por meio de atividades criativas e simbólicas atividades sistemáticas. Permitindo assim o uso de mecanismos de defesa mais ajustados, como por exemplo, a sublimação. Esta distinção é essencial para a futura relação com as coisas. Surgindo a atividade simbólica.
Entretanto, o jogo, o grafismo, as atividades corporais são atividades de transição. A comunicação, neste momento será muito simples: a relação corporal, também usada como técnica de “Maternidade” é aplicada em psicoterapia com criança com patologias precoces e/ou muito agressivas.
Desse modo, a problemática fica mais importante quando mais a situamos na realidade dos grandes centros, nos quais o manancial das atividades simbólicas se dilui frente às dificuldades do dia-a-dia, da degradação familiar, do trabalho da mulher, da falta de espaço nos apartamentos, da falta de parques, jardins e de diversões destinadas a esta faixa etária.
Além disso, estão também enfraquecidos os elos clássicos dos vínculos sociais mais antigos, as crianças hoje são deixadas ao a caso onde “as pessoas não gostam de se envolver”.
Essa situação permite seguramente uma maior autonomia. Logo, a linguagem começa a desenvolver-se com uma espécie de confirmação do próprio por oposição do outro.
Nesta fase outro dado de suma importância: o controle dos esfincteres que lhe dá a noção de que tem algo que é seu que pode comandar e manipular ao seu modo. Fase essa que chama de fase anal. E no primato desta fase se estabelece a organização cada vez mais segura de um “eu” ou “meu”. Neste momento a quantidade de energia investida é muito mais do que o objeto em si ou sua qualidade. As falhas na analidade podem levar ao nível depressivo primário. Desse modo, será difícil a criança aprender na Escola. Incapaz de controlar e controlar-se de reter, de se opor para se afirmar.
A criança estruturada dessa forma escoaria grande parte dos conhecimentos adquiridos na escola. Quando a analidade se faz de um modo dito normal a criança fará investida para medir suas possibilidades e limites.
Os conflitos anais poderão aparecer mais tarde como enurese, encoprase. Nesta fase são de caráter essencial: o gesto pela organização, as regras, a limpeza, o prazer de penhor que serão usados na fase latência. A diferença entre os sexos constitui a fase fálica. Constitui a confirmação narcísica de um poder. Esse poder é atribuído dos conflitos da fase edipiana acontece entre os cinco anos. Neste nível é movida pela curiosidade em descobrir o que acontece entre a mãe e o pai, aonde desenvolve em uma relação triangular.
Nesse sentido, a criança antes de entrar para a escola deveria está resolvida nesta última etapa “fulcral”, e ao entrar na fase da latência que é o solo básico para a iniciação à aprendizagem escolar.
O uso do mecanismo de defesa como recalque e a sublimação é que permitirá de maneira frutífera o acesso á curiosidade por tudo que o rodeia.
Conclui-se que, a olharmos uma criança com transtorno de aprendizagem, temos que estar consciente destes fatores, para termos uma escuta adequada as necessidades reais da criança a fim de que ela possa ser compreendida e auxiliada, se necessário, para que possa alçar vôo e manter o seu desejo de crescer.

REFERÊNCIA

SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensamento a Inibição Intelectual - Perspectiva Psicanalítica e Proposta Diagnóstica. São Paulo-SP: Editora casa do Psicólogo, 1995.