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quinta-feira, 2 de junho de 2011

O DESEJO DE CRESCER E O DESEJO DE APRENDER

O DESEJO DE CRESCER E O DESEJO DE APRENDER

Constatamos que muito do equilíbrio da saúde psicológica da criança acontece durante o primeiro ano de vida, funcionando como base, verdadeiro alicerce desta evolução afetiva. Portanto não é difícil começar desde cedo a estabelecer as primeiras linhas interativas destas fases de desenvolvimento com quadros patológicos como: psicóticos, depressão precoce e alguns equivalentes psicossomáticos.
Quando se estabelece, por déficit, a criança não conseguirá libertar-se das angustias paranóides, terá dificuldade em distinguir-se de modo claro na relação sujeito/objeto.
Contudo a inserção escolar necessita de uma base estrutural psíquica, mínima. Propiciando assim a eclosão de uma sintomatologia intensa. Diariamente crianças são encaminhadas pela a escola com atraso de linguagem.
Todavia a escola pode dinamizar por meio de atividades criativas e simbólicas atividades sistemáticas. Permitindo assim o uso de mecanismos de defesa mais ajustados, como por exemplo, a sublimação. Esta distinção é essencial para a futura relação com as coisas. Surgindo a atividade simbólica.
Entretanto, o jogo, o grafismo, as atividades corporais são atividades de transição. A comunicação, neste momento será muito simples: a relação corporal, também usada como técnica de “Maternidade” é aplicada em psicoterapia com criança com patologias precoces e/ou muito agressivas.
Desse modo, a problemática fica mais importante quando mais a situamos na realidade dos grandes centros, nos quais o manancial das atividades simbólicas se dilui frente às dificuldades do dia-a-dia, da degradação familiar, do trabalho da mulher, da falta de espaço nos apartamentos, da falta de parques, jardins e de diversões destinadas a esta faixa etária.
Além disso, estão também enfraquecidos os elos clássicos dos vínculos sociais mais antigos, as crianças hoje são deixadas ao a caso onde “as pessoas não gostam de se envolver”.
Essa situação permite seguramente uma maior autonomia. Logo, a linguagem começa a desenvolver-se com uma espécie de confirmação do próprio por oposição do outro.
Nesta fase outro dado de suma importância: o controle dos esfincteres que lhe dá a noção de que tem algo que é seu que pode comandar e manipular ao seu modo. Fase essa que chama de fase anal. E no primato desta fase se estabelece a organização cada vez mais segura de um “eu” ou “meu”. Neste momento a quantidade de energia investida é muito mais do que o objeto em si ou sua qualidade. As falhas na analidade podem levar ao nível depressivo primário. Desse modo, será difícil a criança aprender na Escola. Incapaz de controlar e controlar-se de reter, de se opor para se afirmar.
A criança estruturada dessa forma escoaria grande parte dos conhecimentos adquiridos na escola. Quando a analidade se faz de um modo dito normal a criança fará investida para medir suas possibilidades e limites.
Os conflitos anais poderão aparecer mais tarde como enurese, encoprase. Nesta fase são de caráter essencial: o gesto pela organização, as regras, a limpeza, o prazer de penhor que serão usados na fase latência. A diferença entre os sexos constitui a fase fálica. Constitui a confirmação narcísica de um poder. Esse poder é atribuído dos conflitos da fase edipiana acontece entre os cinco anos. Neste nível é movida pela curiosidade em descobrir o que acontece entre a mãe e o pai, aonde desenvolve em uma relação triangular.
Nesse sentido, a criança antes de entrar para a escola deveria está resolvida nesta última etapa “fulcral”, e ao entrar na fase da latência que é o solo básico para a iniciação à aprendizagem escolar.
O uso do mecanismo de defesa como recalque e a sublimação é que permitirá de maneira frutífera o acesso á curiosidade por tudo que o rodeia.
Conclui-se que, a olharmos uma criança com transtorno de aprendizagem, temos que estar consciente destes fatores, para termos uma escuta adequada as necessidades reais da criança a fim de que ela possa ser compreendida e auxiliada, se necessário, para que possa alçar vôo e manter o seu desejo de crescer.

REFERÊNCIA

SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensamento a Inibição Intelectual - Perspectiva Psicanalítica e Proposta Diagnóstica. São Paulo-SP: Editora casa do Psicólogo, 1995.

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